sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Amnistia relembra vítimas de Srebrenica

Castelo Branco foi uma das cidades onde no dia 10 de Julho se assinalou o 10º aniversário do massacre de Srebrenica. A Amnistia Internacional acendeu velas em várias partes do mundo em homenagem às 7.800 vítimas.

Centenas de velas foram acesas no Parque da Cidade, em memória das oito mil vítimas do massacre de Sebrenica, na ex-Jogoslávia. A iniciativa foi promovida pela Amnistia Internacional (AI) – Núcleo de Castelo Branco, tendo servido para relembrar a tragédia ocorrida há dez anos e também o facto dos responsáveis políticos e militares ainda não terem sido julgados por este crime contra a humanidade.
Castelo Branco, Coimbra, Setúbal e Famalicão foram as cidades portuguesas onde os respectivos membros da AI se juntaram a esta iniciativa, apelando a que os responsáveis pelo massacre de Srebrenica sejam levados perante a justiça. Este evento decorreu em simultâneo em Inglaterra, Espanha, Eslovénia, Grécia, Dinamarca, Holanda e Portugal.

No dia 10 de Julho de 1995, as forças militares Sérvio-Bósnias avançaram em Srebrenica, território designado como "área segura" das Nações Unidas, e utilizada por muitos bósnios muçulmanos como refúgio. Após Srebenica ter sido ocupada por forças Sérvio-Bósnias, milhares de homens e rapazes foram separados do resto da população e deliberadamente assassinados.
“A morte sistemática e organizada de milhares de pessoas em Srebenica, tem sido considerada uma das maiores atrocidades na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e tem sido reconhecida pelo Tribunal Criminal Internacional para a ex-Jugoslávia como um acto de genocídio”, salienta a AI.

À espera de justiça

“Dez anos após o final da guerra na Bósnia e Herzegovina, as mulheres de Srebenica ainda aguardam que se faça justiça para os homens que assassinaram os seus filhos e maridos. Muitas mulheres ainda esperam pelos corpos dos seus familiares para que sejam realizados os devidos enterros, e que o sofrimento que carregam seja reconhecido." disse Nicola Duckworth, directora do Programa da AI para Europa e Ásia Central.
“Por enquanto nenhum dos acusados pelo tribunal foi preso pelas autoridades da República Sprska. Acredita-se que a maioria dos suspeitos tem gozado da sua protecção. A falta de cooperação com os tribunais pelas autoridades sérvio-bósnias, contínua a ser o maior obstáculo à justiça", diz Nicola Duckworth.

A Amnistia “apela fortemente às autoridades da República Sprksa a tomarem medidas imediatas para assegurar que Ratko Mladic, Rdovan Karadzic, Zdeavko Tolimir e todos os outros suspeitos indiciados sejam detidos e transferidos para custódia do Tribunal”. A AI pede ainda às autoridades da República Sprska para disponibilizarem imediatamente toda a informação dos desaparecidos em Srebrenica aos respectivos familiares.

Sem comentários: